as coisas que conta um português que anda pela Rússia
Terça-feira, 9 de Setembro de 2008
NA ABKHÁZIA

Aqui ficam algumas notas e fotografias de uma viagem à Abkházia, a região separatista da Geórgia que, recentemente, a Rússia reconehceu como república independente.

Para entrar na Abkházia, voámos até Sochi, na costa russa do mar Negro, e depois passa-se a única fronteira aberta do país que só a Rússia e a Nicarágua reconheceram.

 

 

Fotografia feita à sucapa na fronteira. Os russos proíbem fotografias em "locais estratégicos" como as fornteiras.

 

A escrita é em língua abkhaze, em russo e em inglês.

Em abkhaze "APSNI" significa "terra (ou país) da Alma"

 

 

 

 

 

 

 

A natureza é encantadora. A vegetção intensamente verde, não obstante o verão adiantado, que cobre montanhas que se estendem quase até ao mar.

Durante as duas horas da viagem, desde a fronteira até Sukhumi, Laura Charova, que é uma guia turística, falou sem interrupção, contando tudo, desde a história da Abkházia, às frentes das guerra de há 15 anos atrás.

 

 

 

Em contraste com a natureza, por toda a parte, casas abandonadas, meio destruídas, com marcas da guerra entre abkhazes e georgianos, que por aqui passou quase há década e meia.

 

No entanto, tem-se a impressão que o encanto natural desta terra "esconde" os frutos dos ódios humanos .

 

 

 

 

 

 

 

Os abkhazes dizem que já vivem nesta terra há 26 séculos e, não obstante invasões e integrações em outros estados, conseguiram sempre salvar a sua identidade nacional.

Dizem que nunca pertenceram à Geórgia (enquanto país independente). Foram integrados na Geórgia nos tempos de Estaline, e nessa altura foi eliminada a elite abkhaze, foi proibido o ensino da língua e, conforme eles dizem, foram transferidos para a região muitos georgianos.

Em 1992, para evitar a declaração da independência da Abkházia a Geórgia mandou o exército. Foi o início da guerra, que terminou em Setembro de 1993, com a expulsão dos georgianos, tropas e civís.

 

 

A linha do caminho de ferro, outrora unia a Rússia à Geórgia e prosseguia para a Arménia e Azerbaijão. Agora, recomeçou a funcionar, mas para na fronteira da Abkházia com a Geórgia.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sukhumi, a capital, parece um jardim. Isto se não olharmos muito para as casas. A natureza aqui domina.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A sede do governo.

Nos tempos da URSS, era só a sede da união dos sindicatos. Como o edifício do governo ficou muito danificado durante a guerra, os dirigentes tiveram que se contentar com este.

 

 

 

 

 

 

 

 

O governo diz que a recontrução, ou recuperação da antiga sede do governo é demasiado cara para as condições financeiras da república. Por isso, há 15 anos que isto está assim.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Sukhumi, e outras localidades da costa da Abkházia, eram a meta preferida da elite soviética. Não é para admirar, se a temperatura da água do mar chega aos 30º e têm duzentos e tal dias de sol.

 

Agora tudo parece um bocado deserto, mesmo se eles dizem que o turismo está a retomar.

 

 

 

A sede dos observadores da ONU, na Abkházia. A maior parte do território vive numa calma relativa, desde o final da guerra. Há no entanto, regiões onde, de vez em quando, georgianos e abkhazes, trocam alguns tiros e outras gentilezas. Em agosto, quando os russos entraram na Ossétia e na Geórgia, os abkhazes (apoiados pelos russos) abriram uma segunda frente, e expulsaram as tropas georgianas que estavam na parte alta do vale do Kodor.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

A economia local é fracota. A eperança é o turismo. Vendem frutas e outros produtos da terra. Na época das tangerinas exportam para a Rússia, com meios de transporte rudimentares, e quando os guardas os deixam passar. Entretanto vai-se vendendo alguma coisa a quem passa na estrada.

 

 

 

 

 

Gagra, ao princípio da noite. É a cidade que se encontra mais perto da ffronteira russa, e uma das regiões onde o contraste entre os montes e o mar é mais marcante.

 

 

Como me dizia Djulieta Gregorian, uma armena nascida em Sukhumi, "o importante é que haja paz". Parece que com as carências se pode viver, com a guerra é que não.

 

 



publicado por edguedes às 19:19
link do post | comentar | favorito

mais sobre mim
pesquisar
 
Maio 2010
Dom
Seg
Ter
Qua
Qui
Sex
Sab

1

2
3
4
5
6
7
8

9
10
11
12
13
14
15

16
17
18
19
20
21
22

24
25
26
27
28
29

30
31


posts recentes

VICTOR HUGO PONTES NO "IN...

RÚSSIA E POLÓNIA DEPOIS D...

RE-START

"SHAKHIDKA"

AINDA ATENTADOS

METROPOLITANO DE MOSCOVO ...

METROPOLITANO DE MOSCOVO ...

METROPOLITANO DE MOSCOVO ...

RECOMEÇAR

ASSASSÍNIO DE SACERDOTE C...

arquivos

Maio 2010

Abril 2010

Março 2010

Novembro 2009

Setembro 2009

Julho 2009

Maio 2009

Abril 2009

Março 2009

Fevereiro 2009

Janeiro 2009

Dezembro 2008

Novembro 2008

Outubro 2008

Setembro 2008

Agosto 2008

Junho 2008

Maio 2008

Abril 2008

Março 2008

Fevereiro 2008

Janeiro 2008

Dezembro 2007

Novembro 2007

Outubro 2007

tags

todas as tags

links
blogs SAPO
subscrever feeds
Em destaque no SAPO Blogs
pub