Também a bolsa de Moscovo entrou em queda livre trazendo recordações do que se passou no verão de 1998. Nessa altura, o sistema financeiro russo tentou resistir a pressão internacional emitindo obrigações do Banco Central com elevadas taxas de juro, que foram subindo até ao “crash” final. Hoje a queda na Bolsa de Moscovo fez recordar esses tempos. Os observadores consideram que uma tal baixa em tão pouco tempo não se via desde o “default” de agosto de 1998. Durante a manhã as principais cotações tiveram perdas da ordem dos 6-10%. A meio do dia o índice RTSI parecia dar mostras de retoma, mas depois foi o descalabro. O índice da bolsa de Moscovo MMVB também entrou em queda livre a partir das 15.10. As operações em ambas as bolsas foram encerradas por volta das cinco da tarde (na MMVB às 17.42 na RTS às 17.00). O índice tinha caído 8% em relação ao valor do dia anterior. Entre a acções que perderam mais valor estão a de grandes bancos: VTB caiu 30% e o Sberbank (equivalente à CGD) desceu 24%. Há outras indicações de falta de liquidez dos bancos, onde as taxas de juro estão a disparar. Depósitos “overnight” atingiram um rendimento de 11%. Segundo alguns observadores a posição das autoridades está muito passiva defronte a uma situação que se apresenta já bastante grave. Há quem pense que já não é só o efeito da crise internacional. “Os mercados internacionais têm tido quedas de 2-3%, nós estamos a ter 5-10%, e hoje já forma 15%”, conforme comentou um especialista da bolsa à agência Interfax. “Nós não temos dúvidas de que as almofadas de segurança criadas funcionarão”, adiantou Vladimir Putin a propósito da situação de crise dos mercados.
Pode ainda haver uma reacção popular. Não é de excluir que as pessoas comecem a levantar dinheiro dos bancos, o que irá agravar a situação. Ainda todos se lembram bem dos que se passou à dez anos, por isso eu não me admiro se amanhã começarem a haver filas à porta dos bancos.