as coisas que conta um português que anda pela Rússia
Domingo, 24 de Maio de 2009
PRETCHISTOE

 

Na quarta-feira telefonaram-me do JN, a dizer que estava a chegar a Moscovo a Alexandra com a mãe. Tiveram que me explicar quem era a Alexandra e a mãe porque, até então, a imprensa russa não lhe tinha dado grande relevo, e eu estava um bocado por fora da situação. Tratava-se da menina russa, cujo caso tinha andado pelos tribunais portugueses, e que por decisão do tribunal da relação de Guimarães, foi entregue à mãe biológica. Para dizer a verdade, quando fui verificar, a Alexandra e a mãe, Natália Zarubina, já estavam em Moscovo. No dia seguinte, a redacção do JN insistiu para que eu fosse ver onde é que estava a Alexandra. Eu precisava pelo menos de saber onde era a terra, dado que as notícias falavam só de província de Iaroslavl, e esta deve ser do tamanho do território português. Com um bocado de trabalho lá se chegou a que a terra se chamava Pretchistoe, cerca de 100 km a norte de Iaroslavl.

 

(casa onde vive a família da Alexandra)

 

 

Depois conseguiu-se até arranjar um telefone, e foi possível fazer um contacto antes de me meter à estrada para uma viagem de 360 km sem saber bem para onde. Seguindo um conselho de um colega que foi correspondente de guerra da “Novaia Gazeta”, Viatcheslav Ismailov, a gente tem sempre de saber qual é a situação no sítio para onde vamos e com quem é que nos vamos encontrar. É claro que em Pretchistoe não há guerra, mas as terrinhas do “interior” russo podem ser pouco recomendáveis para quem chega com um carro com matrícula de Moscovo, e ainda por cima estrangeiro.

(Alexandra com a mãe, Natália, a irmã Valéria e o primo Alexandre)

 

 

Foram 5,5 horas para lá e mais 5 para cá, com uma noite em Iaroslav, para poder escrever e mandar tudo. Valeu-me o facto de que Iaroslavl eu conheço relativamente bem, e a estrada de Moscovo para lá é a que eu percorri mais vezes, para fora de Moscovo. Mas deu para falar com a menina, com a mãe e com o resto da família. Os detalhes são, por força das circunstâncias para o JN, uma parte do material foi já publicado. Pretchistoe é uma aldeia como tantas outras. Não é muito pequena e parece que tem cerca de 5 mil habitantes, mais a Alexandra e a mãe.  

 

As casas são quase todas de madeira, como é comum nas aldeias russas, e embora digam que a aldeia existe há 300 anos, a única coisa com ar de ter uma certa idade é a Igreja, que continua meio destruída, com uma tímida tentativa de reconstrução em curso.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 (cozinha tradicional russa. A Alexandra ao fundo está a trepar para o leito em cima do forno de tijolo)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(igreja de Pretchistoe)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Aliás, de um grande esforço de reconstrução precisa também Iaroslavl, uma das cidades do “anel de ouro” de Moscovo, e que conservou a maior parte das construções dos séculos XVIII e XIX.  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Iaroslavl, no próximo ano vai comemorar os 1000 anos desde a data da sua fundação. Consta que quando o príncipe Iaroslav 'o sábio', matou uma ursa naquele local, decidiu que ali seria edificada uma fortificação. 

 

O "Kremlin" de Iaroslvl fica ao lado de um monumento que se diz se o local onde o príncipe matou a ursa, portanto o local da fundação da cidade.

 

 

 

 

 

 

 

(interior do "Kremlin" de Iaroslavl)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



publicado por edguedes às 15:20
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Terça-feira, 12 de Maio de 2009
AINDA DA EUROVISÃO

 

 

Para dizer em poucas palavras a impressão que tenho dos ensaios da primeira meia-final a que assisti, se calhar tenho que admitir que a música não é o máximo (gostos não se discutem) mas têm cá uma organização!!! Primeiro deparei-me com o problema de ter acordado tarde, as acreditações já estavam fechadas quando do Jornal de Notícias me escreveram para ir às conferências de Imprensa. Passaram-se uns dias com telefonemas e mails e chefa do centro de acreditação lá me disse para vir “etrazer o passaporte”. Nem cartas, nem requirimentos, nem faxes. Deram-me um cartãozinho com uma fotografia tirada ali mesmo por uma web câmara (fiquei com um sorriso aparvalhado, como é costume). À entrada o segurança disse-me que tinha que tocar com o cartão numa plaquinha e,... sensacional, a minha fotografia (com o tal sorriso) apareceu em tamanho familiar, a ocupar meio ecrã do monitor que ali estava. 


Depois percebi que isto era uma espécie de mania, porque quando se entra na sala no centro de Imprensa tem que se passar o cartão, quando se sai, outra vez, quando se entra na sala principal idem, sempre com a fotografia a aparecer. A sala do festival, era super high tech, mas devo admitir que uma boa parte do tempo eu etava com atenção a uma câmara de televisão, instalada num braço móvel enorme e que me passava por cima da cabeça a uma velocidade que me parecia pelo menos exagerada, e cuja altura (parecia-me cerca de um metro) era controlada por dois operadores, de cuja perícia dependia a vida dos que estavam ali sentados, numa parte do sector destinado à Imprensa. Parece que, até agora, não falharam.

 

Outra coisa que me “impressionou” foi uma espécie de patim eléctrico que usava um dos operadores de câmara, para se mover depressa e sem “ressaltos”. Depois entravam a correr pela cena com uma câmara “atada” ao peito, e saíam mais ou menos ao mesmo ritmo. Mais depressa corriam só os dos grupos que mudavam os acessórios do palco, enquanto para os supostos teleespectadores se projectam outras imagens. E não pude deixar de admirar a coragem das duas meninas que fizeram descer numa coisa que pretendia ser a imagem dum passarão e que veio lá das alturas das últimas filas do pavilhão Olímpico até ao palco.

É claro que não se devem fazer perguntas do tipo “e tudo isto para quê?”



publicado por edguedes às 17:24
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Sábado, 9 de Maio de 2009
EUROVISÃO

 

Devo admitir que não me tinha passado pela cabeça que podia vir a interessar-me pelo festival da Eurovisão. Mas no princípio da semana contactaram-me da redacção do Jornal de Notícias. Pois é, o festival da Eurovisão, este ano é em Moscovo e lá tive que abrir mais uma frente no meu perfil jornalístico. 

Ontem estive com os nossos - Flor-de-Lis - no hotel enquanto "desenferrujavam" no pequeno palco de um dos restaurantes.  Além da música muito agradável que o grupo faz, fiquei com uma impressão muito positiva das pessoas, sem complexos de palco, e com um grande amor à arte.

Aqui ficam algumas fotografias, porque o resto do material é para o JN.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



publicado por edguedes às 13:34
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